terça-feira, 22 de julho de 2014

Benfica & BES: Sempre de mão dada (Take II)


Pouco tempo depois do Take I, a comunicação social volta a apanhar todas as migalhinhas que caem da (já não tão) gorda carcaça do BES:

Fonte: Económico

Mega-fundo do BES investiu 67 milhões em obrigações do Benfica

O Espírito Santo Liquidez é um dos maiores credores da Benfica SAD. Este fundo, que gere 1,05 mil milhões de euros, tem 67,7 milhões de euros aplicados em duas linhas de obrigações da Benfica SAD, que atingem a maturidade em Outubro e Dezembro deste ano. Na linha que vence daqui a três meses, o fundo tem uma posição de 17,7 milhões. Na obrigação que vence no final do ano, a posição é de 50 milhões de euros, segundos dados disponibilizados pela CMVM referentes a final de Junho.
Estas duas linhas de obrigações foram emitidas pela Benfica SAD por colocação privada. O ES Liquidez detém a totalidade da linha de obrigações que vence em Dezembro e tem cerca de metade da emissão que atinge a maturidade em Outubro deste ano. No total, o fundo tem 6,5% do seu património aplicado nestes dois instrumentos de dívida. 
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O Diário Económico questionou a SAD do Benfica sobre como prevê amortizar aquelas obrigações: se tem linhas de crédito asseguradas, acordo para fazer o ‘rollover' ou se terá de realizar mais-valias com passes de jogadores. Mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.
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A SAD dos encarnados tem estado activa no mercado de transferências. Dos negócios comunicados à CMVM, o clube encaixou 30,9 milhões de euros com a venda dos direitos económicos que detinha de Garay, Markovic e Oblak. Relativamente a compras, e apesar de alguns reforços, nenhuma aquisição foi comunicada ao regulador.

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O Diário Económico foi directo ao assunto: qual a politica de amortização do Clube? Vamos abordar as três soluções possíveis:

1º) Linhas de Crédito: A hipótese mais fácil poderá assentar num novo crédito. No entanto, vai-se criar o efeito bola neve (ainda mais do que já está), contraindo créditos atrás de créditos, para liquidar os anteriores. 

2º) Rollover do Empréstimo: De acordo com a atual situação do BES, não creio que a capacidade negocial de qualquer entidade devedora permita a extensão do período de pagamento, sem contrapartidas bastante penosas (agravamento da taxa de juro)... De qualquer forma o BES pretende assegurar aos investidores e demais clientes que o Grupo consegue rapidamente estabilizar a sua posição. Desta forma é preferível garantir a amortização no curto prazo, do que negociar um empréstimo "mais caro", esperançado apenas no lucro futuro.

3º) Alienação de passes: Já perdemos 5 atletas titulares (Oblak, Garay, Siqueira, Rodrigo e Markovic) e perfilam-se possivelmente mais dois (Gaitan & Enzo). Até ao momento amealharam-se 50-60M €, com todas as vendas. Se de facto a alienação de passes for a resposta, precisaremos vender mais alguém ou o valor cobre as exigências a curto prazo? Preciso ter em conta que o BES não é o único credor...


Conclusão: Venha o Diabo e escolha a melhor solução... Começamos a juntar algumas peças do porquê da sangria no plantel, perfilando-se o BES como principal responsável. Percebemos que estas obrigações acabam por condicionar a politica de contratações, forçando a procura em mercados mais baratos e limitados, que se traduzem em atletas de qualidade inferior. Evapora-se também a nossa esperança de adquirir valores experientes para colmatar (e serenar) posições chave do plantel, visto que boa parte do lucro obtido com as alienações irá ser canalizado para as amortizações. No entanto, havendo alguma artimanha financeira para ultrapassar o sufoco destas obrigações, concerteza o mercado de Inverno deverá equilibrar as contas, forçando-nos a mão para libertar 1 ou 2 atletas chave do plantel.

Aguardamos o Take III...



1 comentário :

  1. Parece-me claro que a opção escolhida foi a 3 e que ainda assistiremos a pelo menos mais uma venda, pois ainda não temos o suficiente para pagar todos os empréstimos. Em termos líquidos já contabilizámos perto de 100milhoes o que não ainda não é suficiente para pagar os 174M que tinhamos em emprestimos (bancários e obrigacionistas)

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